FIGAS

Sara Bichão

8-9 Julho 2023

Encosta do Castelo e Telheiro, Montemor-o-Novo

SINOPSE:

Fazer figas é um gesto com os dedos das mãos, que significa boa sorte.Uma figa é um amuleto que simboliza esse gesto: do feitio de uma mão fechada com a extremidade do polegar passada entre o indicador e o médio.

O que é um amuleto? Um objecto pessoal que se pode transportar, normalmente não ultrapassando a dimensão da palma de uma mão. Este objecto carrega carga afetiva de forma simbólica, o que significa que vincula a pessoa à vida. Aos elementos que a mesma associa como fundamentais no vínculo com a própria existência, está inerente no amuleto uma espécie de nutrição da esperança.

O que é a cerâmica? Argila queimada. Sobrevive e confirma-se após exposição ao fogo. É uma técnica ancestral e a própria matéria é composta da transformação do tempo desde que há vida.

 
 

APROXIMAÇÃO E AFASTAMENTO

Pedro Vaz

7 e 8 Outubro 2023

Locais: Rio Almansor e Convento S. Francisco, Montemor-o-Novo

SINOPSE:

O workshop Aproximação e Afastamento tem como objetivo recolher e criar uma forma de conhecimento artístico através do estabelecimento de uma relação estreita entre o ser humano e o meio natural. 

A visão é como que uma janela aberta sobre a paisagem móvel e acompanha-nos em permanência. A primeira tarefa, enquanto artistas, será a de proceder à sua integração, através da seleção dos locais sobre os quais iremos trabalhar. A deslocação física, incluindo a estadia e os diversos tipos de presença numa determinada paisagem, constituem a forma de efetivar o contacto corpóreo com a natureza, assegurando assim que a mesma se torne numa paisagem vivida.

Pensar a paisagem contemporânea é criar sobre o modo como o Homem se distanciou da sua envolvente considerada na dimensão natural. Na criação de obras, iremos materializar este pensamento recorrendo a movimentos oscilatórios de aproximação e afastamento ao meio natural: intercalando uma proximidade direta à natureza, com afastamentos relativos à mesma, no atelier.

Durante a caminhada, procederemos a uma documentação da imagem, de caráter fotográfico e videográfico, dependendo dos objetivos de cada criador. Procederemos com base em metodologias variáveis e de livre criatividade, obedecendo sempre às características do terreno.

O material de pesquisa recolhido, a que denominaremos de primeira matéria-prima, associa-se, - em atelier- à segunda matéria-prima, ou seja, ao todo da deslocação do sujeito-criador e experiência corporal do lugar, nunca sendo substituível por qualquer forma de visualização ou experiência remotas. Através das duas matérias-primas acima referidas, desenvolveremos no atelier as fases de criação das obras artísticas.

 
 

U PARA NASCENTE

Sérgio Carronha

21 e 22 Outubro 2023

Mina e Gruta do Escoural, Serra de Monfurado, Montemor-o-Novo

SINOPSE:

Convidamos os participantes a fazer uma experiência de deslocamento sensorial partindo da realidade quotidiana até chegar a uma realidade espiritual. Para isso, iremos caminhar e daí começar um acto de libertação e ativação do estado criador. A ideia é valorizar a viagem, trocar impressões e desenvolver conhecimento para o uso de materiais ao longo do caminho.

Coisas que vamos fazer: Colher lenhas, fazer tintas com os solos, empilhar pedras, desenhar sobre o solo, observar o sol, orientar-se sobre o nascente, falar sobre sombras, acampar, fazer uma fogueira, fazer apitos para cozer nessa fogueira, observar estrelas, fazer silêncio, falar sobre o ser e sobre a morte. 

No local, deixaremos pistas para uma arqueologia de futuro, uma memória artística sem poluentes.

Créditos: Guillaume Vieira

Todos os direitos reservados.

Vídeos realizados por Pedro Grenha / Oficinas do Convento