artistas 2025
DAVID GONÇALVES
Porto, Portugal (1987)
Tem vindo a desenvolver o seu trabalho entre o desenho e a escultura.
É movido por um profundo interesse pelos processos de produção, pela compreensão e lógica do mundo natural — o mineral e o vegetal; o animal que pensa com os dedos, com as mãos que medem o espaço com o corpo.
No seu trabalho, entendido como processo, existe sempre uma consciência do movimento que dá valor ao tempo do fazer. Essa coreografia é intrínseca e transversal à sua obra, seja no desenho, na fotografia, no objeto ou na instalação.
Falar da manualidade do gesto, da marca do tempo expansivo, de um corpo no espaço — o nosso corpo inevitável e sempre presente — é falar do preenchimento de um espaço. A interação com o lugar torna-se exploração física de nós mesmos como material: um encontro.
JOÃO DOS SANTOS MARTINS
João dos Santos Martins (Santarém, 1989) é um artista cujo trabalho abrange várias formas que permeiam a dança, explorando formatos como a coreografia, a exposição e a edição. Estudou na E.S.D. (Lisboa), na P.A.R.T.S. (Bruxelas) e no e.x.er.c.e, (Montpellier). Preza, na sua prática, modos de fazer colaborativos e cooperativistas interpelados por questões relacionadas com transmissão, linguagem e labor. Interpretou trabalhos de Eszter Salamon, Xavier le Roy, Moriah Evans, Boris Charmatz, Jérôme Bel, Ana Rita Teodoro, entre outros. Em 2019 fundou a publicação Coreia, dedicada a escritos de artistas. Esporadicamente faz curadoria.
MAJA ESCHER
Maja Escher (1990, Santiago do Cacém) vive e trabalha entre Lisboa e Monte Novo da Horta dos Colmeeiros no concelho de Odemira.
Concluiu a licenciatura e o mestrado em Arte Multimédia na Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa (2008–2014), incluindo uma bolsa Erasmus em Londres, na Architecture and Visual Arts School (2011). Estudou também Pedagogia Waldorf no Waldorf Institut Witten-Annen, na Alemanha, e frequentou um curso de Cerâmica no Ar.Co, em Lisboa, onde foi bolseira do Projeto Individual (2018/19).
Participa regularmente em programas de residências artísticas, incluindo residências recentes como: CEENTAA Artist Residency, com Alejandro Alonso Díaz, na Tapada da Tojeira, Portugal (2024/2025); Residência Artística Projecto Lugar, artista convidada no Centro de Arte Moderna – Fundação Calouste Gulbenkian (2024/2025); e AIR Artist in Residence Munique, com curadoria de Yara Sonseca Mas, na Villa Waldberta, Munique (2024), com o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian. Participou também na residência artística How to make it rain (in 5 steps), na Worlding, em Londres (2021), com o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian; e desenvolveu o Projecto Participativo Mastro dos Vizinhos, na Casa da Cerca – Centro de Arte Contemporânea (2019);
Entre as exposições recentes destacam-se: Lugar Semente, CAM – Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa (2025); Exposição de Finalistas – Prémio EDP, MAAT, Lisboa (2025); How Does It Feel on the Tongue?, com curadoria de Jesse James, no Ignition Space do FRACC, Fall River, EUA (2024); Submerso / Percolação das Águas, na Manifesta 15 Barcelona Metropolitana (2024); CATHARSIS, Porto Design Biennale (2023); MATER, com Virgínia Fróis e Marta Castelo, no Pavilhão Branco – Galerias Municipais Lisboa (2023); Só Pedimos Que Nos Semeiem na Terra, com Sérgio Carronha, na Monitor Gallery Lisboa (2022); e Um Dia Choveu Terra, com curadoria de Filipa Oliveira, na Galeria Municipal de Almada (2020).
A prática artística de Maja Escher tem uma dimensão coletiva e híbrida na qual desenhos, objetos encontrados, práticas colaborativas e métodos de trabalho de campo fazem parte do processo para desenvolver instalações site-specific e projetos de investigação.
Estabelecer uma relação com os lugares e as pessoas é essencial para o seu processo de trabalho: frequentemente os seus projetos surgem de um momento de partilha, uma conversa, uma música ou um objeto encontrado ou oferecido. Barro, canas, cordas, pedras, legumes e outros elementos encontrados ou oferecidos durante as suas pesquisas de campo são frequentemente combinados com adivinhas, ditados populares e canções, criando uma tensão entre sabedoria popular e científica, magia e tecnologia.